Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, que reúne dez artesãs, em Guaratuba, transforma em couro o que antes era destinado como lixo e matéria-prima é utilizada para criar peças com toque artesanal; iniciativa ganhou o Prêmio Planeta Casa 2011, na categoria Ação Social.
A atividade pesqueira no litoral do Paraná gera renda e oportunidades de negócios. Em Guaratuba, o que era considerado resíduo da atividade econômica está mudando a vida de um grupo de artesãs. A Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar reúne dez mulheres que trabalham para transformar em couro o que antes era tratado como lixo. Os restos da pele e escamas dos peixes viram matéria-prima, utilizada para criar peças com toque artesanal.
A característica sustentável da produção, que alia a preservação do meio ambiente com geração de renda às associadas, ganhou reconhecimento nacional. A Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo Mar recebeu, em São Paulo, o Prêmio Planeta Casa 2011, na categoria Ação Social, no final de setembro.
A premiação é promovida pela Revista Casa Cláudia e pelo Portal Planeta Sustentável, ambos da Editora Abril, com o objetivo de valorizar e divulgar empresas e profissionais das áreas de arquitetura, construção e decoração que estão engajados na tarefa de conciliar conforto e bem-estar em residências com total respeito ao planeta. A primeira edição do Prêmio Planeta Casa foi realizada em 2002.
Ao longo de quase uma década, a premiação se consolida como uma vitrine de boas práticas. Uma marca para a Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, considera a presidente da entidade, Angela Sfrendrych. “Foi uma emoção muito grande receber o Prêmio, talvez a maior da minha vida. Quando iniciamos, as pessoas não acreditavam que daria certo. A premiação foi importante e vai abrir novos mercados para os nossos produtos, inclusive na área de decoração que valoriza o meio ambiente”, observa Angela Sfrendrych.
A conquista do Prêmio Planeta Casa coroa um trabalho realizado desde 2007. A presidente da associação, conta que, em 2006, um curso para ensinar pessoas da comunidade à técnica de curtimento do couro foi ministrado no Litoral. Foi nesse momento que, segundo ela, quatro mulheres corajosas decidiram investir na atividade e, assim, fundaram a Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar. “Começamos a comprar a pele do peixe de pescadores que antes eram jogadas no lixo”, lembra Angela Sfrendrych.
A presidente destaca que a associação, com menos de cinco anos de atividade, mudou a vida das artesãs. Além de realização, o trabalho na entidade significou a elas a geração de recursos para complementar a renda familiar e oportunidades para conhecer novos lugares no Brasil. “A primeira viagem que fizemos foi para Ponta Grossa. Algumas delas não queriam nem entrar em elevador. Hoje, viajam de avião para participar de feiras”, conta orgulhosa a presidente empreendedora, que, por 18 anos, foi proprietária de uma papelaria e vendeu o pequeno negócio para se dedicar exclusivamente à associação.
Para a consultora do Sebrae/PR e gestora do projeto Turismo no Litoral do Paraná – Emoções o Ano Inteiro, Patrícia Albanez, além de representar uma marca para a associação, o Prêmio Planeta Casa contribuirá para aumentar a autoestima das artesãs, bem como será uma motivação para que elas desenvolvam trabalhos ainda melhores. “As artesãs, habituadas a um estilo de vida simples, muitas vezes não se viam como possíveis vencedoras do Prêmio e nem sempre davam a devida valorização ao próprio trabalho. Isso prova que as artesãs podem mais do que imaginam e são capazes de alçar voos maiores”, avalia Patrícia Albanez.
Ainda de acordo com a consultora, para o Sebrae/PR, que desenvolve em parceria com outras entidades o projeto Turismo no Litoral do Paraná – Emoções o Ano Inteiro, o reconhecimento conquistado com a premiação também é motivo de orgulho. “É uma forma de mostrar a essas empreendedoras que, com organização, profissionalismo, trabalho diferenciado e design, elas podem sim almejar mercados maiores e tornarem-se mais competitivas”, avalia Patrícia Albanez.
Novas ideias:
Na trajetória da Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, a parceria com instituições de apoio foi decisiva para fortalecer um modelo de gestão mais eficaz e focado nos benefícios do trabalho cooperado. Desde 2010, após uma ação realizada pelo Sebrae/PR em Guaratuba para levar as soluções da entidade a empresários e empreendedores, representantes da associação participam de iniciativas do Sebrae/PR, que atua, também, para fomentar o artesanato como uma atividade ligado ao turismo. Segundo Patrícia Albanez, o trabalho desenvolvido com a associação envolveu o esforço de técnicos da entidade que atuam em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do Paraná, como vestuário, turismo e empreendedorismo. “Foi uma atuação integrada”, destaca.
Nesse contexto, as artesãs passaram a receber orientações no âmbito da organização da associação, visando o planejamento estratégico da entidade, por meio do Programa Competitividade do Vestuário de Curitiba e Região. A consultora do Sebrae/PR e gestora da iniciativa, Adriana Kalinowski, explica que um dos objetivos das ações realizadas com a associação era aproximar as artesãs de pequenas confecções, inserindo o couro produzido em Guaratuba como um elemento diferencial na moda desenvolvida pelas empresas atendidas no Programa. “Uma empresa de Curitiba, que trabalha com esse conceito de sustentabilidade, já utilizou o couro da associação em sua coleção. Com o reconhecimento do Prêmio Planeta Casa acredito que as artesãs vão conseguir ampliar mercado pela visibilidade da premiação”, observa Adriana Kalinowski.
Para a consultora do Sebrae/PR, Edite Viana dos Santos Alves, que atua nas ações de empreendedorismo na região centro-sul e Litoral, as atividades realizadas foram importantes para fortalecer o grupo e incentivar as artesãs a trabalharem de forma cooperada, visando a lucratividade do negócio. “A metodologia utilizada também contribuiu para despertar o comportamento empreendedor dessas mulheres a inovar e buscar novos mercados. Muitas são mulheres de pescadores que usam a venda da produção para contribuir com a renda familiar. Percebemos que esse trabalho mudou o grupo”, avalia Edite Alves.
A realização de oficinas de design; e, também, o auxílio à busca por informações de mercado pertinentes para subsidiar a criação de novos produtos no segmento de vestuário, acessórios e souvenir também foram passos importantes no processo de preparar a associação para novos desafios.
Um exemplo desse trabalho foi aproximar as artesãs do conhecimento gerado nos bancos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A parceria resultou em um linha com 20 produtos sustentáveis, criados levando em consideração as características da associação, bem como o incentivo à inovação e ao empreendedorismo, desenvolvida por alunos do curso de Design, da UFPR. Desses, 12 passarão por um processo de avaliação por representantes da associação no aspecto mercadológico. “Trabalhar com os estudantes foi bom e acreditamos que alguns produtos têm potencial. Uma experiência boa para ambas as partes”, define Angela Sfrendrych.
O professor da UFPR, Ken Fonseca, que coordenou o trabalho dos estudantes de Design, observa que aliar prática à teoria significa um ganho significativo para os futuros profissionais. “Você não consegue aprender sem fazer. Com certeza foi uma troca”, diz. Para Ken Fonseca, a conquista do Prêmio Planeta Casa é resultado de um trabalho que uniu atores importantes no processo de desenvolvimento da associação, que alia a expertise de instituições e a comunidade.
Já a presidente conta que as artesãs sentiam necessidade de melhorar os produtos, bem como expandir os canais de comercialização. “As oficinas de design foram importantes e, também, não adianta produzir peças muito bonitas e vender apenas aqui”, avalia. A estratégia, segundo Angela Sfrendrych, é fechar parcerias com os hotéis de Guaratuba para divulgar o trabalho da associação aos turistas. “Nossa ideia é trazer os visitantes para conhecer todo o processo que transforma a pele do peixe em couro. Desde a aplicação de efluentes até o tingimento, e como essa matéria-prima é usada para a produção das peças. E, ainda, intensificar a participação em feiras, em todo o País.”
Angela Sfrendrych ainda destaca que, desde o início das atividades, a associação buscou o licenciamento para o processamento de efluentes, que foi concedido pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para não poluir o meio ambiente.
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Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, que reúne dez artesãs, em Guaratuba, transforma em couro o que antes era destinado como lixo e matéria-prima é utilizada para criar peças com toque artesanal; iniciativa ganhou o Prêmio Planeta Casa 2011, na categoria Ação Social.
A atividade pesqueira no litoral do Paraná gera renda e oportunidades de negócios. Em Guaratuba, o que era considerado resíduo da atividade econômica está mudando a vida de um grupo de artesãs. A Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar reúne dez mulheres que trabalham para transformar em couro o que antes era tratado como lixo. Os restos da pele e escamas dos peixes viram matéria-prima, utilizada para criar peças com toque artesanal.
A característica sustentável da produção, que alia a preservação do meio ambiente com geração de renda às associadas, ganhou reconhecimento nacional. A Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo Mar recebeu, em São Paulo, o Prêmio Planeta Casa 2011, na categoria Ação Social, no final de setembro.
A premiação é promovida pela Revista Casa Cláudia e pelo Portal Planeta Sustentável, ambos da Editora Abril, com o objetivo de valorizar e divulgar empresas e profissionais das áreas de arquitetura, construção e decoração que estão engajados na tarefa de conciliar conforto e bem-estar em residências com total respeito ao planeta. A primeira edição do Prêmio Planeta Casa foi realizada em 2002.
Ao longo de quase uma década, a premiação se consolida como uma vitrine de boas práticas. Uma marca para a Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, considera a presidente da entidade, Angela Sfrendrych. “Foi uma emoção muito grande receber o Prêmio, talvez a maior da minha vida. Quando iniciamos, as pessoas não acreditavam que daria certo. A premiação foi importante e vai abrir novos mercados para os nossos produtos, inclusive na área de decoração que valoriza o meio ambiente”, observa Angela Sfrendrych.
A conquista do Prêmio Planeta Casa coroa um trabalho realizado desde 2007. A presidente da associação, conta que, em 2006, um curso para ensinar pessoas da comunidade à técnica de curtimento do couro foi ministrado no Litoral. Foi nesse momento que, segundo ela, quatro mulheres corajosas decidiram investir na atividade e, assim, fundaram a Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar. “Começamos a comprar a pele do peixe de pescadores que antes eram jogadas no lixo”, lembra Angela Sfrendrych.
A presidente destaca que a associação, com menos de cinco anos de atividade, mudou a vida das artesãs. Além de realização, o trabalho na entidade significou a elas a geração de recursos para complementar a renda familiar e oportunidades para conhecer novos lugares no Brasil. “A primeira viagem que fizemos foi para Ponta Grossa. Algumas delas não queriam nem entrar em elevador. Hoje, viajam de avião para participar de feiras”, conta orgulhosa a presidente empreendedora, que, por 18 anos, foi proprietária de uma papelaria e vendeu o pequeno negócio para se dedicar exclusivamente à associação.
Para a consultora do Sebrae/PR e gestora do projeto Turismo no Litoral do Paraná – Emoções o Ano Inteiro, Patrícia Albanez, além de representar uma marca para a associação, o Prêmio Planeta Casa contribuirá para aumentar a autoestima das artesãs, bem como será uma motivação para que elas desenvolvam trabalhos ainda melhores. “As artesãs, habituadas a um estilo de vida simples, muitas vezes não se viam como possíveis vencedoras do Prêmio e nem sempre davam a devida valorização ao próprio trabalho. Isso prova que as artesãs podem mais do que imaginam e são capazes de alçar voos maiores”, avalia Patrícia Albanez.
Ainda de acordo com a consultora, para o Sebrae/PR, que desenvolve em parceria com outras entidades o projeto Turismo no Litoral do Paraná – Emoções o Ano Inteiro, o reconhecimento conquistado com a premiação também é motivo de orgulho. “É uma forma de mostrar a essas empreendedoras que, com organização, profissionalismo, trabalho diferenciado e design, elas podem sim almejar mercados maiores e tornarem-se mais competitivas”, avalia Patrícia Albanez.
Novas ideias:
Na trajetória da Associação Curtume do Couro do Peixe Ryo e Mar, a parceria com instituições de apoio foi decisiva para fortalecer um modelo de gestão mais eficaz e focado nos benefícios do trabalho cooperado. Desde 2010, após uma ação realizada pelo Sebrae/PR em Guaratuba para levar as soluções da entidade a empresários e empreendedores, representantes da associação participam de iniciativas do Sebrae/PR, que atua, também, para fomentar o artesanato como uma atividade ligado ao turismo. Segundo Patrícia Albanez, o trabalho desenvolvido com a associação envolveu o esforço de técnicos da entidade que atuam em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do Paraná, como vestuário, turismo e empreendedorismo. “Foi uma atuação integrada”, destaca.
Nesse contexto, as artesãs passaram a receber orientações no âmbito da organização da associação, visando o planejamento estratégico da entidade, por meio do Programa Competitividade do Vestuário de Curitiba e Região. A consultora do Sebrae/PR e gestora da iniciativa, Adriana Kalinowski, explica que um dos objetivos das ações realizadas com a associação era aproximar as artesãs de pequenas confecções, inserindo o couro produzido em Guaratuba como um elemento diferencial na moda desenvolvida pelas empresas atendidas no Programa. “Uma empresa de Curitiba, que trabalha com esse conceito de sustentabilidade, já utilizou o couro da associação em sua coleção. Com o reconhecimento do Prêmio Planeta Casa acredito que as artesãs vão conseguir ampliar mercado pela visibilidade da premiação”, observa Adriana Kalinowski.
Para a consultora do Sebrae/PR, Edite Viana dos Santos Alves, que atua nas ações de empreendedorismo na região centro-sul e Litoral, as atividades realizadas foram importantes para fortalecer o grupo e incentivar as artesãs a trabalharem de forma cooperada, visando a lucratividade do negócio. “A metodologia utilizada também contribuiu para despertar o comportamento empreendedor dessas mulheres a inovar e buscar novos mercados. Muitas são mulheres de pescadores que usam a venda da produção para contribuir com a renda familiar. Percebemos que esse trabalho mudou o grupo”, avalia Edite Alves.
A realização de oficinas de design; e, também, o auxílio à busca por informações de mercado pertinentes para subsidiar a criação de novos produtos no segmento de vestuário, acessórios e souvenir também foram passos importantes no processo de preparar a associação para novos desafios.
Um exemplo desse trabalho foi aproximar as artesãs do conhecimento gerado nos bancos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A parceria resultou em um linha com 20 produtos sustentáveis, criados levando em consideração as características da associação, bem como o incentivo à inovação e ao empreendedorismo, desenvolvida por alunos do curso de Design, da UFPR. Desses, 12 passarão por um processo de avaliação por representantes da associação no aspecto mercadológico. “Trabalhar com os estudantes foi bom e acreditamos que alguns produtos têm potencial. Uma experiência boa para ambas as partes”, define Angela Sfrendrych.
O professor da UFPR, Ken Fonseca, que coordenou o trabalho dos estudantes de Design, observa que aliar prática à teoria significa um ganho significativo para os futuros profissionais. “Você não consegue aprender sem fazer. Com certeza foi uma troca”, diz. Para Ken Fonseca, a conquista do Prêmio Planeta Casa é resultado de um trabalho que uniu atores importantes no processo de desenvolvimento da associação, que alia a expertise de instituições e a comunidade.
Já a presidente conta que as artesãs sentiam necessidade de melhorar os produtos, bem como expandir os canais de comercialização. “As oficinas de design foram importantes e, também, não adianta produzir peças muito bonitas e vender apenas aqui”, avalia. A estratégia, segundo Angela Sfrendrych, é fechar parcerias com os hotéis de Guaratuba para divulgar o trabalho da associação aos turistas. “Nossa ideia é trazer os visitantes para conhecer todo o processo que transforma a pele do peixe em couro. Desde a aplicação de efluentes até o tingimento, e como essa matéria-prima é usada para a produção das peças. E, ainda, intensificar a participação em feiras, em todo o País.”
Angela Sfrendrych ainda destaca que, desde o início das atividades, a associação buscou o licenciamento para o processamento de efluentes, que foi concedido pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para não poluir o meio ambiente.
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